Diário de Viagem - Edição Extraordinária

Como muito provavelmente não vou poder postar nada aqui até segunda-feira, estou liberando uma Edição Extraordinária do mega sucesso da internet mundial "Diário de Viagem".
Eu não poderia deixar meus 4 leitores abandonados enquanto encho a cara, ops, quer dizer, pesquiso material para novas postagens.

Já muito foi dito sobre o povo goiano, sobre a cidade de Goiânia, e sobre o calor saárico desta cidade. Pois bem, vou falar algumas coisas agora sobre o trânsito desse lugar.

Quer enlouquecer? Venha pra cá e alugue um carro.

Quer morrer atropelado? Tente atravessar as ruas da cidade. Qualquer uma.

Quer ir pra qualquer lugar? A resposta é bi-articulado (essa é pro Raphael, ele ia amar isso aqui!).
O importante é que o troço funciona. Percorre a cidade quase inteirinha de ponta a ponta e a passagem é R$0,45. Se tu quiser pode ir, voltar, ir, voltar, enfim dar uma de retardado o dia inteiro no ônibus e só paga uma passagem. Jóinha!

Quer sentir adrenalina, emoções fortes, suspense? Atravessa no sinal.

Quando o sinal tá aberto para os pedestres, as motos enfileiradas na linha esperando mais parecem uma manada de pitbulls raivosos rosnando pra você. Eles fazem de propósito pra irritar e apressar o pedestre.
Não é um caso isolado. Se repete em todos os sinais de trânsito em que eu atravessei. Eles até mesmo dão uma arrancadinha pra frente quando você passa por eles. Só ficava pensando: "No Rio, o que ia ter de motoqueiro baleado fazendo essa porra...."

Mas o mais legal do universo motociclista em Goiânia são os Moto-Táxis. Eu estou acostumado a ver a bagunça generalizada do mototaxista carioca.

Chinelo de dedo, às vezes sem camisa, capacete então, nem pensar. Pois aqui, além das motos serem todas cadastradas na prefeitura, são uniformemente pintadas da mesma cor, numeradas, os pilotos usam coletes com identificação e alças nas laterais para o passageiro se segurar.
E ninguém, eu disse NINGUÉM anda sem capacete por aqui.

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Rapaz, não é que eu sinta falta do mar, mas eu moro numa Ilha lá no Rio de Janeiro. Não é muito normal pra mim ficar todos os dias sem nem sentir um cheirinho de maresia, um vento do oceano, um ar marinho.

O ar aqui é muito seco, é quase como se fosse uma fina poeira em suspensão. Estou constantemente com sede.

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E as montanhas?

Quê que tem?

Justamente. Não tem.

Nem um morrinho.

Até onde a vista alcança(e isso é muito longe por aqui) não tem nada mais alto do que a linha do horizonte. Pra quem nasceu e foi criado entre a Serra do Mar e o Oceano Atlantico, dá um certo momento agorafóbico quando você olha pra vastidão plana desse lugar.

Não me entendam mal, a cidade é muito bonita, limpa, organizada, e tudo mais. Só que deve levar um tempo pra gente se acostumar a viver aqui sem estranhar.

Tipo assim uns vinte anos.

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