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2 de jul. de 2009

CORRIDA DE SÃO SEBASTIÃO ( Relato de um "Atleta". )

Enviado pelo meu pai. Não sei é verídico, mas na internet… já sabe.

Sexta-feira, 20 de janeiro de 2006, feriado no município do Rio de Janeiro, Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade e a tradicional "Corrida de São Sebastião". Um dia lindo de sol e o Aterro do Flamengo, local da prova, cheio de gente, de vida e de alegria. Tudo bem que a porrada estava comendo entre flanelinhas e a CET-RIO pelos carros e que todos os competidores demoraram a achar uma vaga para estacionar, mas nada tirava a mais pura demonstração do espírito carioca de ser.
Chegando ao local da prova já dava para ver a grande organização do evento, apesar da fila para pegar o chip, mas o que uma "pequena fila" e empurrões significam para participar desta grande festa?. Tinha muita animação, profissionais do atletismo, gente que se acha atleta (a grande maioria) e vários anônimos fantasiados. Nosso ponto de apoio (Delphos/Áurea) contava com uma boa estrutura disponibilizando aos "atletas" colchonetes para alongamento, frutas, bebidas energéticas e claro, água do Turano (uma mistura especial para atletas).
Já estou no ponto de largada (já são quase 09:00h) e é uma festa só, apesar da sauna e catinga de suor misturado. Tinha de tudo: homens, mulheres, drag-queens e para minha surpresa, muitos idosos com disposição de meninos. Chego a ficar emocionado com isso!

Começa a prova:

1 KM– Estou me sentindo um garoto. O sol não é nada perto do meu entusiasmo. Acho que vou fazer uma boa prova.

2 KM– Caramba! Estou no mesmo ritmo. Hoje é meu dia. Ninguém me segura. Rumo a chegada triunfal e de peito erguido.

3 KM– Caiu um pouco meu ritmo. O sol está atrapalhando um pouquinho  e não vejo nenhuma sombra. Opa, graças a Deus um posto de água. É só me refrescar um pouco e acelerar.

4 KM– PQP! O sol ta f....! O ritmo? Já está igual a de um cardíaco.  Vejo o Eduardo Menezes (Delphos) caminhando e minha vontade é fazer companhia a ele. Agora estou passando pelo nosso ponto de apoio. A minha vontade é parar ali mesmo e tomar aquele Gatorade geladinho e ficar na sombra deitado. Mas, não... guerreiro não desiste!

5 KM– Guerreiro? O que vale um guerreiro cambaleando? Maldita hora que não parei na barraca. O que estou fazendo aqui? Meu corpo todo dói e ainda  vejo um velho maldito de 94 anos na minha frente rindo e dando tchauzinho para os torcedores. Maldita hora que me inscrevi nesta m.....

6 KM– Estou me sentindo no inferno. O calor está tão grande que todos os meus dedos estão com bolhas e tá tudo assado. Cadê a m.... do posto de água? Pelo jeito até meus dentes vão derreter. O que leva uma pessoa a fazer isto o que estou fazendo? No mínimo deve ser um corno ou um doente mental. A porra daquele velho continua na minha frente...

7 KM– Agora não sinto mais nada. As dores se transformaram em total dormência. Só sei que não morri porque ainda sinto meus olhos, que  estão ardendo pra cacete da p.... do sundonw que passei para não ficar queimado. Antes não tivesse passado, já que não iria sentir as queimaduras do sol. A vontade que tenho é de dar uma porrada no fiscal e pular o canteiro para cortar caminho já que o velho desgraçado continua na minha frente.

8 KM– Está tudo escuro! Só vejo asfalto e o maldito velho ainda na minha frente. Não consigo pensar em mais nada a não ser no meu arrependimento de me inscrever nesta prova de m.... ao invés de estar aproveitando o feriado na praia curtindo uma água de coco geladinha. Aquela ambulância da Golden Cross com cama e soro é a visão do paraíso....

9 KM ao 10 KM– Agora só tenho forças para jogar o velho maldito no chão para chegar na frente dele. Agora acredito em forças sobrenaturais, porque eu não tenho a menor idéia de como consegui completar a prova. Força do pensamento não poderia ser porque desde o 5 KMeu já tinha desistido de correr, ou melhor, rastejar.

Bom, agora que cheguei, pensei:  "hora do lanchinho". Mas, quando me deparei com o local de distribuição, parecia um campo de concentração de Hitler ou a Cruz Vermelha distribuindo alimentos para desabrigados. Era uma briga por uma barra de cereal mole, duas bananas, uma mexerica azeda e um mate quente. Que organização de m..... Depois de rastejar 10 KM ainda quase morro nos currais dos porcos para pegar um lanche que até cachorro recusaria. Que os organizadores morram bebendo aquele mate quente.

Passado tudo isso, as únicas coisas que me valeram a pena foram: ter a companhia dos amigos, da família, uma piscina relaxante e ter chegado na frente do velho maldito que deveria estar preocupado em se recadastrar no INSS.

Até a próxima!

*Marco Aurélio Cappelli *

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